Pessoas em situação de rua, que estavam em frente aos Correios, são retiradas do local e encaminhadas para casa de passagem

Pessoas em situação de rua, que estavam em frente aos Correios, são retiradas do local e encaminhadas para casa de passagem

Foto: Eduardo Ramos (Diário)

As pessoas em situação de rua, que ocupavam o espaço em frente aos Correios como uma “moradia” improvisada, no Centro de Santa Maria, foram retiradas do local na sexta-feira (17). No total, haviam nove cidadãos no espaço e nos arredores. Destes, quatro foram encaminhados para a Casa de Passagem Maria Madalena e cinco para a comunidade terapêutica desta casa.

O secretário de Desenvolvimento Social, João Chaves, explica que a equipe da pasta já estava fazendo um trabalho com as pessoas que se instalavam nos Correios há, pelo menos, um ano. Nesse período, algumas pessoas foram encaminhadas para a cidade de origem e outras fizeram a documentação (cadastro no CadÚnico) para receber benefícios de assistência social.

Conforme Chaves, os grupos oscilavam no local. Quando a secretaria conseguia retirar os moradores e realizar esses encaminhamentos, logo em seguida, outros ocupavam o espaço.

– Ultimamente, estava oscilando o número de pessoas e mudava muito o grupo. Eles acabavam brigando entre eles, com isso, saía um grupo e chegava outro. Esse último grupo era novo, eram seis pessoas em frente aos Correios e três, que já passaram por ali, em frente à Eny Calçados. As próprias coisas que estavam lá não eram daquelas pessoas. Conseguimos fazer também a retirada desse material – comenta Chaves.

Agora, após o encaminhamento, a casa de passagem tem 90 dias para realizar a emancipação das pessoas em situação de rua. Neste tempo, os profissionais podem procurar familiares em outros municípios, destinar para a cidade de origem, fazer documentação e conduzir para o mercado de trabalho. De acordo com Chaves, esse é um momento de resgate da autoestima e da dignidade dessa população.

Foto: Eduardo Ramos (Diário)

Pessoas em situação de rua em Santa Maria

Atualmente, 203 pessoas em situação de rua estão inscritas no CadÚnico por meio da secretaria de Desenvolvimento Social de Santa Maria. Em 2020, eram 156, o que representa um aumento de 25% dessa população na cidade.

De acordo com Chaves, este número costuma variar, já que os grupos que vivem nas ruas são flutuantes, não se fixam em apenas um local. Assim, é possível que algumas destas pessoas ainda estejam cadastradas em Santa Maria, mas moram em outro município ou Estado.

Na tentativa de mapear a população em situação de rua de Santa Maria, a Secretaria de Desenvolvimento Social e o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e as duas casas de passagem, fazem um censo dos grupos que moram nas ruas no município.

O levantamento vai apontar as características dessas pessoas, como escolaridade, profissão, composição familiar e religião, por exemplo. A expectativa é que a divulgação dos dados da pesquisa ocorra nos próximos meses.

Abordagens

A equipe da secretaria realiza abordagens da população em situação de rua diariamente, de forma espontânea ou por demanda. De acordo com Chaves, na maioria das vezes, há resistência dessas pessoas e, geralmente, o trabalho é longo, como foram os casos em frente aos Correios e à Antiga Reitoria.

– Normalmente tem resistência porque são pessoas que já estão na rua há um tempo, não tem mais vínculo familiar ou aconteceu um problema e foi parar na rua. A maioria tem envolvimento com algum tipo de entorpecente. Nas casas de passagem não se pode beber ou usar droga, tem horário para dormir, para levantar. Então, tem toda essa parte de regras, que eles não seguem há muito tempo – relata.

Chaves ainda destaca que a comunidade precisa lembrar que estar nas ruas não é crime e que a atuação da secretaria é com uma abordagem psicossocial, ou seja, por meio do diálogo, com oferta do serviço da casa de passagem:

– É um tema bem complexo, às vezes a sociedade não entende muito, quer que a gente tire a pessoa de lá, mas não podemos tirar a pessoa à força e obrigar a sair. Temos todo um trabalho de respeito e cuidado com essa pessoa, que também é um cidadão, mas que está nas ruas.

Onde procurar assistência

Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas)

  • Endereço – Rua Doutor Astrogildo de Azevedo, 23, Bairro Centro
  • Telefones – (55) 3921-7282 e 3921 7279
  • WhatsApp – (55) 99129-9183 (apenas para o envio de mensagens com atendimento das 8h às 16h)

Casas de passagem

Maria Madalena

  • Onde – Rua Coronel Ernesto Beck, 225, Bairro Passo D’Areia
  • Telefones – (55) 3307-9398

Mundo Novo

  • Onde – Rua Bento Gonçalves, 450, Bairro Nossa Senhora das Dores
  • Telefone – (55) 3347-4849

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